Após retornar de mais uma viagem pela maior ilha do mundo, o diretor da Agência de Desenvolvimento de Uruguaiana – ADU, Fernando de Menezes, nos traz exemplos de cidadania e comprometimento político com a população.
A visita à Austrália, localizada na Oceania, foi realizada no mês de novembro de 2016. Oportunidade em que Menezes pode explorar o país e conhecer de perto as potencialidades que tornam a Austrália um exemplo a ser seguido, oferecendo qualidade de vida e desenvolvimento humano e econômico para a população. “Cada vez mais me surpreende o desenvolvimento daquele país e a capacidade de gestão de seus governantes. Isto se vê nas ruas, nas cidades grandes ou pequenas, na educação do povo”, assegura Menezes, lembrando que “a Austrália possui uma área territorial quase igual ao Brasil, entretanto, quase 80% desta área é ocupada por um deserto, mesmo assim a economia do país é pujante. A população é dez vezes menor (aproximadamente 20 milhões de habitantes), mas a educação, saúde e a segurança são indicadores importantes do desenvolvimento alcançado”.
Cidadania, bem-estar e educação
Os exemplos de civilidade e cidadania podem ser notados em todo lugar, diz Menezes, contando que “há educação no trânsito, sem atropelos, sem xingamentos, sem buzinas, com total respeito aos pedestres e sem furar semáforos”, acrescenta. Pelas ruas, descreve que “as pessoas são simpáticas e cumprimentam-se umas às outras”. Outra questão importante é a limpeza das cidades, salientando que “lixo nas ruas não existe” e que “as casas possuem belos jardins com muitas flores”.
Os espaços públicos também chamam a atenção, oferecendo lazer à população. “Parques com bancos, sombra, churrasqueira elétrica, lagos com patos e cisnes, são distribuídos estrategicamente entre os bairros de modo que toda a população possa usufruir dos mesmos”, conta Menezes. Ele cita como exemplo Adelaide, que possui um parque que circunda toda a cidade.
Menezes refere-se ao transporte público como eficientíssimo, “com trens, bondes elétricos e ônibus, que contribuem o número de veículos nas ruas”. Sobre o transporte de cargas, diz que “usa-se muito os trens e vê-se pouco caminhões”.
No quesito segurança, Menezes afirma que existe e muita. “Aliás, nem é preciso preocupações com este assunto, pois assaltos são raríssimos e assassinatos também”, assegura.
Pecuária qualificada
Na visita a criação de ovinos e gado de corte do fazendeiro Ryan Bills, que Menezes conheceu há alguns anos, conta que “na propriedade de 5.950Ha, os bois são abatidos aos dois anos com média aproximada de 500kg”. “A fazenda é irrigada e dedica-se ao cultivo de forrageiras diversas e trigo. Os ovinos destinam-se a produção de lã (4,5kg de média) ou a cruzamento industrial. E ainda possui uma área de 250Ha de florestamento com cinco variedades de eucaliptos”, conta.
Setor primário valorizado
Menezes diz que é surpreendente o valor dado ao mais importante segmento da economia: o setor primário. Citando os exemplos:
• Estradas para escoamento da produção são ótimas, seguras, bem sinalizadas.
• Revendas de máquinas, tratores, implementos existem em todas as cidades, mesmo as pequenas, com prédios bem estruturados.
• Pivô central para irrigação de cultura ou forrageiras, vê-se em quase todas as propriedades rurais, assegurando boas safras.
• Devido a irrigação o feno é abundante, garantindo a alimentação do gado, tanto de corte quanto de leite.
• Cooperativas (principalmente de leite), pujantes, funcionando plenamente.
• Propriedades rurais dedicadas ao leite com estrutura de armazenagem completa.
• Adubação do campo nativo.
• Organização de extensas áreas de forragem, sub-divididas com cerca elétrica, proporcionando o pastoreio rotativo.
• Aramados em perfeito estado de conservação, mostrando produtores capitalizados.
• Casas de moradia muito boas, galpões e instalações sempre em ótimo estado de conservação.
• Rebanhos de ovinos (os quais pude visitar e conferir), muito bem cuidados, tanto na parte sanitária quanto nacional: muita qualidade e quantidade de lã. Rebanho de 2.000, 3.000 ovelhas, são comuns na região de Melbourne.
• Estradas do interior são um exemplo de como prestigiar o setor mais forte da economia. “Ao contrário do Brasil que prefere usar recursos dos impostos oriundo da produção primária para fazer asfalto eleitoreiro”, salienta Menezes.
Menezes assegura que nem tudo é perfeito na Austrália. “Lá também existem políticos corruptos, semelhante ao Brasil. A diferença é que lá os corruptos são expurgados pelo voto, enquanto aqui se elegem infinitamente”, diz. “A Austrália é um exemplo para o Brasil e demonstra que o individualismo deve ser deixado de lado. É necessário pensar coletivamente!”, finaliza.
Fotos: Fernando de Menezes