Em recente encontro realizado na Associação Comercial e Industrial de Uruguaiana – ACIU, o diretor executivo do Instituto Caldeira, Pedro Valério, explanou para gestores e lideranças, dentro do ciclo de palestras “Conexão Inova”. O evento organizado pela Aciu, Unipampa e MOV Uruguaiana, contou com o apoio do Sebrae, Senac, Colégio Marista Sant’Ana, Instituto Federal Farroupilha e Prefeitura de Uruguaiana.
A vinda de Pedro Valério à Uruguaiana teve o objetivo de apresentar o Instituto Caldeira e seu case de sucesso como organização do Terceiro Setor, apoiada por empresas que acreditam na proposta de inovação. Mais que uma palestra, foi o pontapé inicial para sensibilizar os participantes para a criação de um instituto em Uruguaiana, com propósitos inovadores voltados ao empreendedorismo e desenvolvimento, alicerçado em ecossistemas de educação.
Logo no início de sua fala, Pedro Valério ressaltou a importância do presidente da Aciu, Luis Oscar Kessler, estar reunindo pessoas com interesses comuns, voltados para a evolução de Uruguaiana. “O que a Aciu está fazendo é muito transformador, porque assim se cria e une uma comunidade de pessoas que quer saber o que será de Uruguaiana daqui há 20 anos”
Pedro Valério falou sobre o Instituto Caldeira e a criação de um ambiente favorável para o desenvolvimento e a conexão de idéias. Relatou que em 2019 o projeto teve o apoio de 42 empresas parceiras, as quais apostaram no negócio inovador que conectaria novas tecnologias, modelos de negócios e parceiros.
A arrecadação inicial junto às empresas apoiadoras foi de nove milhões de reais. “Assim foi fundado o Instituto Caldeiras, sem fins lucrativos, o que significa que a gente não distribui dividendos, mas que pensa o tempo inteiro em dinheiro, porque sem dinheiro não dá pra fazer nada. Desde o início a ideia era de construir um projeto sustentável financeiramente. Juntamos a turma e em agosto abrimos a instituição”, falou.
Instalado no antigo complexo industrial AJ Renner, em Porto Alegre (RS), numa área de 22 mil metros quadrados, o Instituto Caldeira é um espaço fora do lugar comum. Abriga as antigas caldeiras trazidas da Europa em 1920, conectando o moderno e o antigo, onde se instalam startups inovadoras e empreendedores com os olhos no futuro.
Uma das causas do Instituto Caldeira, apontada por Pedro Valério, é diminuir o índice de analfabetismo tecnológico entre os jovens. “Existe uma dicotomia absurda, de um lado a previsão mostrando que até o ano de 2024 haverá meio milhão de vagas abertas nas áreas de tecnologia. Só no Brasil a estimativa é de 620 mil vagas. Do outro lado existem taxas de desemprego e pessoas que não conseguem se colocar, porque que tem um limitador”. Dentro deste contexto o Instituto mobilizou grandes empresas como o Google, Microsoft e Amazon, entre outras, e desenvolveu um projeto piloto com abrangência em POA, oferecendo bolsas de capacitação e qualificação para a rede pública. “A procura foi tanta que em quatro dias foram dois mil e oitocentos jovens inscritos, entre 16 e 21 anos, dos quais 750 foram selecionados neste segundo semestre de 2022, para o que chamamos de Letramento Digital”.
Gerar e reter talentos foi outra questão levantada por Pedro Valério, lembrando que desde a pandemia é realidade jovens gaúchos trabalharem de casa, para empresas da Europa e Estados Unidos, ganhando até 4 mil dólares.
De acordo com ele, o segredo é nos posicionarmos fortemente como sociedade civil organizada, investindo onde se precisa, sem depender de nenhum governante. “O momento pede intercâmbio de conhecimentos, senão estaremos fadados à periferia do que está rolando nos grandes eixos”, declarou, citando exemplos de ambientes inovadores e fora da curva, visitados em Israel, Nova York, Vale do Silício, Texas e Whashington.
“Lá fora percebemos que todo mundo quer fazer negócio com o Brasil e todo mundo não conhece o Brasil. Daí tu chega lá e mostra o RS, as vocações do nosso estado, com o seu potencial do agro e o setor de saúde, indústria de games e podemos observar nitidamente as oportunidades que o RS tem”.
Uma das características do RS e pouco explorada pela mídia é a indústria de games, que já pode ser considerado polo nacional de jogos digitais. “Nós temos ADJogos – Associação de Desenvolvedores de Jogos, que é a mais organizada no Brasil no segmento. A indústria de games já movimenta mais dinheiro que cinema, música e entretenimento como um todo”, afirmou.
No encerramento da palestra falou que “é impossível falar em ecossistemas de educação se não houver conversas sobre desenvolvimento e prosperidade”.
Mais sobre o Instituto Caldeira em: https://institutocaldeira.org.br/
Redação / Fotos: Giovana Petrocele – Ascom/Aciu
Fotos Instituto Caldeira: Divulgação Instituto Caldeira